27/11/2025

Cenário Internacional: Preço do Barril e Escassez

O mercado internacional é o principal motor das tendências.

  • Preço do Barril de Petróleo (Brent): O barril de Brent é a referência global.

    • Volatilidade e Tendência: O preço do barril tem sido altamente volátil devido a fatores geopolíticos (como conflitos no Oriente Médio e a guerra na Ucrânia) e às políticas da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados, como a Rússia).

    • Previsões: As previsões de mercado indicam uma variação constante, com possibilidade de atingir patamares mais altos, como US$ 90 ou mais, dependendo dos cortes de produção e do aquecimento da demanda global, especialmente em economias desenvolvidas.

    • Fatores de Queda: Em contrapartida, um excesso de oferta (como o observado em navios-tanque) e uma desaceleração econômica em grandes consumidores (como EUA e China) podem exercer pressão para a queda ou estabilidade em patamares mais baixos (por exemplo, na faixa de US$ 60-80).

  • Escassez/Oferta Global: A percepção de escassez, ou o aperto na oferta, é crucial.

    • Aperto no Mercado: Embora alguns relatórios (como os russos) apontem para um equilíbrio ou mesmo excesso de oferta, análises da Agência Internacional de Energia (AIE) sugerem que o mercado físico de petróleo pode estar mais apertado do que os números iniciais indicam, especialmente nos estoques comerciais.

    • Cortes da OPEP+: A política de cortes de produção da OPEP+ visa manter os preços elevados e tem um impacto direto na oferta global, gerando um aperto no mercado, principalmente para o diesel, que pode estar mais escasso no mercado internacional.


Cenário Nacional: Impacto do Dólar e Política de Preços

No Brasil, os preços são uma combinação dos custos internacionais e de fatores internos, com o dólar sendo o grande fator de ligação.

  • O Dólar Americano (USD/BRL):

    • Impacto Direto: Como o petróleo e seus derivados são cotados em dólar no mercado internacional, a valorização do dólar em relação ao Real (taxa de câmbio alta) encarece o custo de importação, mesmo que o preço internacional do barril se mantenha estável ou caia.

    • Componente do Custo: A Petrobras, embora seja produtora, ainda importa gasolina e diesel para atender à demanda interna, tornando o câmbio um fator de peso na formação do preço final. Uma valorização do dólar (por exemplo, para R$ 5,50-R$ 6,00) eleva a pressão por reajustes internos.

  • Política de Preços da Petrobras:

    • Nova Estratégia: Desde 2023, a Petrobras adotou uma nova estratégia comercial que substituiu o estrito Preço de Paridade de Importação (PPI). Essa política visa suavizar o repasse da volatilidade internacional e do câmbio para os consumidores, incorporando fatores internos como custo de refino e margem.

    • Defasagem e Pressão: No entanto, quando o dólar e o petróleo sobem muito, a nova política gera uma defasagem (o preço interno fica abaixo do preço de importação), o que pressiona a Petrobras a reajustar para evitar desestímulo à importação por outros players e garantir o abastecimento.

  • Outros Fatores Nacionais:

    • Tributos: Reajustes em impostos federais (PIS/Cofins, CIDE) ou estaduais (ICMS, que tem uma alíquota ad rem – fixa por litro) aumentam o preço final na bomba, independentemente da cotação do barril ou do dólar.

    • Biocombustíveis: O aumento da mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina (como o E30) pode ter um efeito mitigador sobre o preço da gasolina, dependendo da safra e da cotação do etanol.

📈 Conclusão das Tendências

A tendência de preços no Brasil está sujeita a uma volatilidade contínua, com riscos de alta:

  1. Risco de Alta: O cenário mais provável para alta se concretiza com a combinação de preços do barril elevados (acima de US$ 90) devido aos cortes da OPEP+ e tensões geopolíticas, somada a um dólar valorizado (próximo ou acima de R$ 5,50-R$ 6,00). Isso aumenta a defasagem e a pressão por reajustes da Petrobras.

  2. Risco de Estabilidade/Queda: Uma estabilidade ou queda moderada dependeria da estabilização do Brent em uma faixa mais baixa (US$ 75-80), de um Real forte (dólar abaixo de R$ 5,50) e da ausência de novos aumentos nos tributos federais/estaduais.

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