Atualização da Análise: Impacto das Decisões da OPEP+
1. Detalhamento da Decisão da OPEP+
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Aumento de Curto Prazo: A OPEP+ concordou em realizar um pequeno aumento na produção de petróleo em 137 mil barris por dia (bpd) a partir de dezembro de 2025.
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Pausa nos Aumentos: Mais significativamente, o grupo decidiu suspender os aumentos mensais de produção nos primeiros três meses de 2026 (Janeiro, Fevereiro e Março), citando o risco de excesso de oferta no mercado.
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Manutenção de Cortes de Longo Prazo: Os cortes de produção maiores, implementados desde o final de 2022, foram majoritariamente estendidos, com a previsão de que a reversão completa (fim dos cortes) ocorra somente em setembro de 2025 e que alguns cortes possam permanecer até final de 2026.
2. Efeito no Preço Internacional do Petróleo (Brent)
A política da OPEP+ é complexa e visa estabilizar e sustentar os preços do petróleo em um patamar que seja favorável aos países membros, geralmente acima dos US$ 80 por barril, que é o valor necessário para equilibrar o orçamento de muitos deles.
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Fator de Alta (Suporte ao Preço): A decisão de pausar os aumentos de oferta no início de 2026 e a manutenção dos cortes de longo prazo funcionam como um suporte fundamental para os preços. Essa política impede uma queda drástica do preço do barril, limitando o potencial de baixa.
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Fator de Baixa (Mitigação): O pequeno aumento em dezembro, somado ao receio de “excesso de oferta” e à desvalorização do petróleo bruto da Arábia Saudita para a Ásia, indica que a demanda global, embora estável, não está forte o suficiente para absorver grandes volumes. Isso limita o potencial de alta imediata.
Conclusão no Petróleo: A OPEP+ está agindo para evitar uma queda de preço controlando a oferta. O preço atual, em torno de US$ 62/barril, é visto como baixo pelo cartel, o que significa que o risco de escassez e o poder da OPEP+ tendem a puxar o preço para cima ou, pelo menos, mantê-lo estável, eliminando o potencial de quedas acentuadas.
3. Análise Final Revisitada (Impacto no Brasil)
A tendência no mercado nacional continua sendo predominantemente definida pela política de preços da Petrobras e pela taxa de câmbio (Dólar).
| Combustível | Tendência Original | Ajuste Pós-OPEP+ | Justificativa Refinada |
| Gasolina tipo C | NEUTRA a BAIXA | NEUTRA | O preço internacional do petróleo é sustentado (sem grande potencial de queda), limitando o espaço para a Petrobras reduzir o preço da Gasolina internamente, mesmo que esteja com prêmio sobre a PPI. O dólar estável/alto também é um fator de pressão. |
| Diesel BS500 | ALTA | ALTA (Reforçada) | A defasagem interna é o fator dominante. Como a OPEP+ garante que o custo de reposição (preço internacional) não cairá significativamente, a Petrobras mantém a pressão de ajuste para cima para cobrir o gap de defasagem de preço. |
| Diesel BS10 | ALTA | ALTA (Reforçada) | Mesma lógica do BS500. A manutenção do preço internacional do petróleo pela OPEP+ anula a chance de uma correção de paridade “gratuita” pela queda do Brent. |
| Diesel Marítimo | ALTA | ALTA | O preço do Diesel Marítimo está diretamente ligado aos bunker prices internacionais, que são suportados pela política de controle de oferta da OPEP+. |
| GLP | NEUTRA a ALTA | NEUTRA a ALTA | O GLP (Gás de Cozinha) tem seu preço também vinculado ao preço do petróleo e, por ser um produto sensível socialmente, seus ajustes costumam ser cautelosos, mas a sustentação do preço do petróleo pela OPEP+ mantém a pressão de alta. |